O massacre ocorrido em Canudos 1897 foi a catástrofe acirrada entre os fanáticos que transformaram o Sertão no palco da epopéia mais importante da história brasileira que ninguém quer contar. De um lado, o Sertanejo sob a guarda da Cruz em defesa dos pobres em nome de Jesus, do outro lado, os republicanos que representam adoração a Floriano Peixoto. (Eu particularmente defendo a causa do Sertanejo).
Euclides da Cunha mostra uma passagem em seu livro que desejo registrar com o mais profundo pesar, uma forma de denunciar, crimes de guerra antes da era técnico científico informacional.
Os Sertões - VIVA O BOM JESUS
Numa das refregas subsequentes ao assalto, ficara prisioneiro um curiboca ainda moço que a todas as perguntas respondia automaticamente, com indiferença altiva:
"Sei não"
Perguntaram-lhe por fim como queria morrer.
"De tiro"
"Pois há de ser a faca!" contraveio, terrivelmente, o soldado.
Assim foi, e quando o ferro embotado lhe rangia nas cartilagens da glote, a primeira onda de sangue borbulhou, escumando, a passagem do último grito gargarejando na boca ensanguentada:
"-Viva o Bom Jesus!..."
CUNHA, Euclides. Os Sertões, Viva o Bom jesus, pag. 382-383, SD, São Paulo, SP
fonte das fotos: http://historianovest.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário